15 dezembro 2006

JURO QUE JÁ NÃO IA ESCREVER MAIS NADA...

Mas a crónica de hoje do Nuno Rogeiro de tal me impele. É certo que as quotidianas misérias não vão dando grande tema para que um esforçado cronista, nos seu múltiplos afazeres, encontre tema de merecimento para as suas muitas diversas prosas de referência nos múltiplos meios de comunicação... a verdade é que encontrá-la à custa de uma viagem que (por mistérios insondáveis) a República Islâmica do Irão lhe resolveu pagar é no mínimo deselegante, para não dizer mesmo a raiar a falta de educação. Mas a verdade é que o que teria passado na cabeça dos responsáveis dos negócios estrangeiros daquele país para fazerem tal convite? O resultado não é seguramente o esperado e o "amigo" Rogeiro vem sendo nos últimos dias (e se bem lhe conhecemos a pena a coisa ficará para durar) o principal detractor daquele país, seus responsáveis e instituições. O que vale é que na fotografia da embaixada ali para os lados das avenidas novas deve estar em alta e na Alexandre Herculano já lhe devem ter acendido uma vela, ou mesmo as sete...
Penso que os iranianos, que lhe pagaram a passeata, devem estar bem arrependidos pelo convite a um "engagé" que até foi prestar vassalagem prévia à comunidade judaica "portuguesa" (este temor e culpa reverêncial para com eles ameaça tornar-se um desagradável hábito nos nossos dias, valha-nos o Pacheco Pereira que não alinhou nos parlamentares - ou mais para lamentar -actos de contrição) para agora brindar os gentis leitores com o seu notável "Irão nazi".
À atenção das autoridades Iranianas algumas pérolas do "amigo" Rogeiro:
- O pouco dotado senhor Halmadinejad terá pensado, como me foi dito por um dos seus "estrategos", que esta era a altura para "atacar a jugular" do "estado judeu", e "começar a sua derrocada;
- O erro de cálculo foi brutal. Exposta ao ridículo e ao opróbrio universal, a conferência nazi fez perder ao Irão, em dois dias, o que o mesmo terá ganho em "credibilidade internacional", nas últimas semanas ou meses (no fundo, desde o fim da guerra do Líbano);
- Por um lado, o PM israelita (isto sim com importância decisiva... Esther dixit, na certa) pôde ir ao Vaticano e aos países da União Europeia, reuniu-se com o Paquistão, e recolheu apoios sentidos. Por outro lado, nem o patético Venezuelano Chavéz, nem o eterno moribundo Castro, se atreveram a solidarizar-se com a cretinocracia de Teerão.
Até a arma atómica não declarada de Israel parece justa, face a um regime que se sente orgulhoso por receber, dentro de casa, os celebrantes dos genocídios do passado.
A União Europeia reagiu às tolices sinistras da presidência iraniana, mas devia ter ido mais longe.

É preciso dar ao Irão um tempo razoável para pedir desculpa pelo que se passou. É preciso dar ao Irão um tempo razoável (mas não muito), para identificar publicamente aqueles que falaram em Teerão, e o que disseram sobre o Holocausto.
É preciso dar ao Irão um tempo razoável para explicar quem entrou no país a proteger os "intelectuais nazi-estalinistas-trotsquistas-guevaristas", que guarda-costas e militantes o fizeram, e quem está indiciado ou procurado pela INTERPOL (a que a PJ iraniana pertence).

Se nada acontecer, a UE deveria suspender toda e qualquer relação com o Teerão. E deveria expulsar os elementos dos serviços de segurança do Estado (MOIS), que estão identificados nas várias embaixadas e legações na Europa, e que foram os controleiros e contactos desta rede de alucinados, que faria outro genocídio, se pudesse.
(Os sublinhados são meus)
Realmente não se deve cuspir na mão de quem nos dá de comer, mas ele há gente assim (embora normalmente sejam apenas os mal educados...) e, sobretudo, não há como escolher bem quem convidamos para nossa casa, fica o conselho. Como já aqui escrevi não é, de facto, possível ser simultâneamente amigo de Israel, dos EUA e do Irão.

Etiquetas: , ,

2 Comments:

Blogger Flávio Santos said...

Realmente são declarações inqualificáveis, de uma degradante submissão a quem nós sabemos.

sexta-feira, 15 dezembro, 2006  
Blogger Personalidade Bloguinho Portuga said...

Sem querer tomar posição relativamente ao restante conteúdo, gostaria só de discordar da última afirmação, ou seja, que não é possível ser-se simultaneamente amigo dos três países. Quando um casal amigo se divorcia não temos necessariamente de cortar relações com ambas as partes.

terça-feira, 19 dezembro, 2006  

Enviar um comentário

<< Home