30 novembro 2007

A FÁBULA

Existe no meu trabalho um resquício de hábitos castrenses. Todas as noites um dos directores permanece de serviço até ao encerramento da instituição às 23.00h. Calhou-me ontem a mim. Nesses dias entramos ao serviço à hora de almoço, deixando-nos a manhã livre. Aproveitei-a ontem para dar uma saltada ao Arquivo Histórico do Minitério dos Negócios Estrangeiros, por causa de um artigo que ando a escrever sobre a Hungria entre as duas Guerras Mundiais.
No meio da documentação consultada encontrei um telegrama (Legação Budapeste/Maço 251/ Telegrama de 22 de Junho de 1944) do nosso Secretário da Legação, Carlos Branquinho, para as Necessidades, sobre uma situação de refugiados, semitas ou não, que procuravam abrigo na nossa legação, quer por força da deportação, quer por perseguição política, quer ainda por questões elementares de segurança.
"A pedido dos refugiados desta Legação a que se refere o telegrama de V. Exª. 30 [com referência a famílias judaícas que se encontravam na delegação e para as quais lhes foram emitidos os documentos para sua vinda para Portugal] tenho satisfação de enviar a V. Exª a seguinte mensagem dêles «Profundamente gratos, rogamos a Deus que abençoe Portugal e seu bondoso Chefe Salazar». Peço vénia para junto à prece dêstes protegidos de V. Exª. os meus também muito penhorados e respeitosos cumprimentos".
Afinal em que ficamos. Salazar era o monstro vessânico que queria pactuar com a deportação dos judeus ou a história do Arístides continua muito mal contada...

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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hum, e quem disse que Salazar quereria pactuar com a deportação de Judeus ? Nem mussolini o fez que era seu aliado.

Salazar obviamente queria ajudá-los, não aceitava é que fosse dado descaradamente passaportes como o Aristídes dava contra ordens dele que poderia levar a Alemanha a ter outra atitude com Portugal, num momento em que os nazis eram a força dominante na Europa, o que poderia ter levado a uma guerra.

Deixa lá os judeus em paz, é graças ao judaísmo que existe nomes como João ou Miguel, lembra-te dos Reis de Portugal que possuiam esses nomes, é um legado que não se pode negar; Além do mais sabes muito bem que salazar nada tinha de racista, a atitude de Salazar para com os judeus foi uma atitude exemplar e de salvaguarda da nação contra o monstro nazi, a atitude humanitária de Sousa mendes pôs Portugal numa situação complicada



Por causa do volfrâmio, não pensem os alemães que rompi a neutralidade e passei para o lado deles. Andam à caça de judeus? Pois saibam eles e vejam os ingleses que recebo milhares de refugiados judeus em trânsito para a América. E que não os interno em campos de concentração, mas hospedo-os em hotéis perto do mar, nas Caldas da Rainha, na Figueira da Foz. Mas quando, em 1945, Hitler se suicidar, para escândalo dos ingleses mandarei pôr a bandeira nacional a meia haste. Somos um povo de brandos costumes, matriz cristã, fazer bem sem olhar a quem. Porém independentes, sempre. Em nós ninguém manda, nunca! Ontem não mandaram os espanhóis, eles que se lembrem de Aljubarrota. Durante a guerra, nem alemães, nem ingleses mandam em nós. No pós guerra, nem americanos, nem ingleses hão-de mandar. Ninguém, nunca!

Não posso é consentir que, durante a guerra, por conta própria, sem ordem superior, Aristides Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, esteja a passar milhares e milhares de vistos a refugiados judeus. Para se tirar o apetite a outros possíveis prevaricadores, mando que seja demitido e punido de forma exemplar! Ai este sentimentalismo doentio a que chamamos bondade...


Concluindo, isto prova que Salazar além de um grande estadista era um grande homem.

sexta-feira, 30 novembro, 2007  
Anonymous Anónimo said...

ah, e não se esqueça que houve um judeu que combateu na reconquista Cristã ao lado de D. Afonso Henriques, tendo depois o dificil trabalho de controlar as finanças do nosso Reino, portanto colaboraram na criação de Portugal.

Alias, outro marco importante, agora que vem o 1 de Dezembro, tem a ver quando o Rei António I, que teria sangue Judeu, tentou resistir à dominação Filipina, e sabes melhor que ninguém, que o povo Português, os tais arianos, pouca ou nenhuma luta deram aos ocupantes, precisamente porque Espanha era a maior potência militar e económica do Mundo, que obviamente iria beneficiar Portugal com estes factores. Curiosamente a restauração também apareceu pelo declínio militar e económico de Espanha, não fosse isso, e os ditos arianos Portugueses aceitariam de bom grado a ocupação. Dinheiro acima da Pátria

Já imaginaste se a imigração africana, por exemplo, fosse socialmente e intelectualente evoluída como os Judeus ? Não terias um único bairro tipo cova da moura na Europa, e certamente seriamos muito mais ricos.

Um abraço ;)

sexta-feira, 30 novembro, 2007  
Blogger Flávio Gonçalves said...

Neste último ponto o Pantera tem razão... se a imigração massiva em vez de africana fosse judia, nós não tínhamos a Cova da Moura...

...tinhamos era um regime de Apartheid sangrento e racista contra os portugueses com o da Palestina!!! Éramos escravos na nossa própria terra em vez de vítimas ocasionais de crimes.

sexta-feira, 30 novembro, 2007  
Blogger Vítor Ramalho said...

Nada tenho contra os Judeus e muito tenho contra o sionismo.
Convém também não esquecer que o único país que apoiava incondicionalmente o regime de apartheid na Africa do Sul era Israel.
Convém também lembrar o tratamento discriminatório que é dado aos judeus de cor em Israel.
O sionismo é o maior inimigo do povo Judeu.

sábado, 01 dezembro, 2007  

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