30 dezembro 2007

A MAMA...

A mama, ou notas sobre um pobre país à deriva ou talvez não, poderia ser um mais extenso título para este postal em jeito de reflexão de despedida deste ano de 2007.

Nesta ditadura tecnocrático-utilitária em que o filósofo ilusionista nos vai arrastando não escasseiam os aspectos de crescente abuso e arrogância, bem como o notório acentuar de assimetrias. Enfim nada a que, infelizmente, os portugueses não se tenham habituado.

A chegada do ano novo, sempre recebido de miríficos discursos de pompa e circunstância, acompanhados com equivalente dose de autismo, é normalmente portadora da "boa nova" de ilusões metafóricas mas sobretudo de proverbiais aumentos. O costume, uma vez mais que, de tão costumeiro e triste, já não cosntitui notícia... Mas que a electricidade, os passes, o pão, os combustíveis, os seguros (... será preciso continuar?) não parecem consentâneos com as prodigiosas "conquistas" do licenciado Sócrates e as esperadas fantásticas descobertas e maravilhosas antevisões do chefe Aníbal, como em breve veremos nos discursos de ano novo, isso não.

Mas nem tudo é mau no ano que termina. Neste momento em que os "democratas", os que comem na mesma gamela e chupam na mama do orçamento, se preparam para acabar com a incómoda voz dos pequenos partidos que persistem em ter ideologia e lutar por convicções surge a notícia de um aumento de 5,7% na dotação dos partidos. Daqueles que se sentam naquele casarão roubado, vai quase para dois séculos aos frades de São Bento, claro está. Que uma lei que não se entende bem - tal como aquela que "exige" que os partidos possuam 5.000 militantes - fixou que o apoio pecuniário só existe quando se atinge a fasquia dos 50.000 votos (o que significa que os anteriores votos de 49.999 portugueses não interessam para nada, ou pelo menos os de 48.186, que foi o número de votos do PCTP/MRPP nas últimas eleições), mas enfim são essas as regras da manjedoura... que não incomodam os cinco centrões do par(a)lamento que mamam na dita teta (PS, PSD, PCP/PEV, CDS-PP e Berloque de Esterco) para quem o voto de cada português vai deixar de valer 2,99 euros, para passar a valer 3,16 euros.Um belo aumento que estamos certos deixará radiante a "rapaziada" que não para de promover novos votantes, com uma das razões manifestamente à vista. Enfim, novas desta nossa "merdocracia" que cada vez mais o vai sendo.
De resto uma decisão de regulação de poder paternal demora neste país, que lidera as cimeiras europeias, "apenas" dois anos; mais um violador na zona de Aveiro detido em flagrante foi libertado com TIR trissemanais, mas estando preso o único criminoso perigoso deste país a coisa segue tranquila...
É o país que temos, na próxima não se esqueçam de votar neles, ou nos que lá estiveram antes que são exactamente a mesma coisa...

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