09 junho 2008

SOBRE O MUSEU SALAZAR

Pediu-me, creio que para a edição de amanhã dia 10 de Junho, o jornal "O Diabo" alguns comentários para um trabalho que vão publicar sobre a polémica em torno da edificação daquele Museu, desejo sufragado por mais de 90% da população local. Coisas que a democracia tece...
Aqui seguem as perguntas e respectivas respostas.
1 — Como comenta o facto de a criação do Museu Salazar ser discutida no Parlamento?

Tal resulta de algo que só posso interpretar como um desejo de alucinados. Um povo que nega, ou oculta (como o caso da famosa ponte que mudou de nome da noite para o dia) a sua história é um povo condenado e este reviver de maniqueus não augura uma evolução saudável. Acharão que a mim me incomoda um museu sobre o PCP, sobre os GDUP’s ou mesmo sobre o fantástico Otelo que nos queria mandar para o Campo Pequeno sem ser para uma nocturna de Quinta-feira? Museus, se bem-feitos – não como aqueles que pululam, mais deformativos que formativos – são sempre uma vantagem para um país. Civilizado, claro está! Será Salazar uma figura contornável ou eliminável da história de Portugal? Claro que não. As evidências estão à vista e será esse o temor daqueles que agitam um espantalho gasto em que pouco se revêem.
Quanto aos promotores dessa alucinação, os URAP são um bando de comediantes. Resistentes “anti-fascistas”? De qual fascismo o italiano ou será do estado Novo que prendeu e levou ao exílio talvez o único fascista Português – Francisco Rolão Preto – cujo movimento Salazar, afirmava se inspirava «em certos modelos estrangeiros», os tais fascistas? Ou será daquele tenebroso e totalitário “fascismo português” que até permitia que o líder da oposição comunista de licenciasse na prisão? Haja decoro e seriedade de conceitos, que já vai sendo tempo…
Uma última nota. Não terá o parlamento, face ao estado lamentável a que conduziram os portugueses, nada verdadeiramente importante que fazer?

2 — Por que razão não serão os outros museus e a sua criação também discutidos?

Porque a maioria é do regime – não nasce de qualquer vontade popular e/ou local - e “politicamente correctos”. São daqueles que vão contribuindo para a deformação e narcotização, com uma história unívoca, datada e fortemente ideológica (que muito pouco vai deixando ao livre-arbítrio e pensamento) da nossa juventude que vai, muito mais do que outrora, sendo levada, levada sim… Mas para os “bons” caminhos claro está. Abaixo a história e viva essa tal de “cidadania” na qual as crianças são educadas (serão mesmo?).

3 — Na sua opinião, este assunto justifica a discussão na Assembleia da República? Que comentário faz?

Acho que tudo o que poderia dizer ficou dito. De qualquer modo é importante para que todos vejam os magnos assuntos com que se debatem os nossos tribunos… aqueles que nós pagamos.

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