08 agosto 2008

OS JOGOS


Desde a antiga Grécia que os Jogos Olímpicos se realizavam apenas de quatro em quatro. Esta importantíssima celebração terá nascido em 776 a.C. (há mais de 2.700 anos) e toda a competição era uma celebração de tributo aos deuses, reinando durante a sua realização a mais completa paz independentemente das guerras que pudessem existir entre os participantes. A nobreza e solenidade da ocasião impunha tal trégua de modo a que nada interferisse na Olimpíada e pedindo no templo de Zeus para que a competição fosse justa. Assim se manteve por centenas de anos até que o imperador cristão Teodósio I proibiu os Jogos, no ano de 394. Todas as referências pagãs da antiguidade deveriam ser extirpadas e os Jogos não seriam excepção.
Na sua forma inicial o evento possuia apenas uma competição: uma corrida de aproximadamente 190m. Todavia, com o passar do tempo, os gregos decidiram acrescentar outras modalidades, como as corridas de maior distância, a luta (o pancrácio, mistura de boxe e luta livre) e o pentatlo (em que eram combinados o salto em comprimento, o lançamento do dardo, o lançamento do disco, as corridas de velocidade e a luta). Muitas outras modalidades foram sendo acrescentadas com o intuíto de provar quem eram os melhores atletas, quem eram aqueles dignos de acrescentar uma estátua com sua imagem na mítica Olímpia.
A Tocha Olímpica, ou Fogo Olímpico, foi sempre um importante símbolo das Olimpíadas. Comemorando o roubo do fogo do deus grego Zeus por Prometeu para o entregar aos homens, era mantido por toda a celebração nos Jogos Olímpicos. A Tocha Olímpica, com seu significado ancestral, foi reintroduzida nos Jogos Olímpicos de Amsterdão em 1928, fazendo parte das Olimpíadas modernas desde então, nos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936 foi introduzido o percurso da Tocha Olímpica que se vem igualmente mantendo até aos nossos dias.
Jogos importantes e ritualizados convivem mal, na minha modesta opinião, com a introdução de modalidades radicais como o BMX ou outras aberrações que se encontram "à porta", com o falso argumento de cativar a juventude...
É como com a igreja católica: são as pessoas que nela se devem "encaixar" ou ela que deve encaixar nas pessoas? Com os Jogos aplica-se o mesmo. Até porque o desporto é: educação, formação e valores, antes de tudo. Assim foi desde a antiguidade, e deve continuar a ser.

Etiquetas: , ,