22 agosto 2009

A INFERNAL CANÍCULA...

Durante meses suportei estoicamente aqueles que iam perorando “que não havia Verão”, “que já não há calor”, “que não há Verões como antigamente” e outras aloas de igual quilate. A verdade está aí: está um calor que não se pode, eu pelo menos não posso, lavado em suor e com a respiração complicada por esta brasa infernal. “Feito” para um temperado clima europeu convivo mal com estas mudanças (derivadas, ou não, não estou certo, do dito aquecimento global) bruscas de temperatura e dou-me pior com o Verão. Velho lusitano anseio, ao invés da quase total maioria tomada por um descaracterizador frenesim de modo de vida brasileiro, pelas suaves brisas do Norte. Como recentemente afirmou Domingos Amaral no “Correio da Manhã” (12.08.09) pertenço à escassa minoria que anseia por um país mais frio. Que hei-de fazer, também nisto ando em “contra-mão”. Não perfilho a metamorfose climatéria consubstanciada nos hábitos de chanatização que imperam no nosso pobre país.
De colonizadores (que mesmo assim deixaram obra) fomos colonizados pela mentalidade do chanato, do calor e derivados. Parca troca... Curioso mesmo é que do Brasil recebemos mesmo o pior... O Brasil interessante (que felizmente existe) tenta parecer-se com a Europa e foge do chanato, nós que fomos o seu paradigma chanatizámo-nos completamente, sem volta nem retorno, aparente...

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