04 novembro 2009

AOS MEUS AMIGOS NACIONALISTAS (SÓ DO LADO DE CÁ DA FRONTEIRA...)

Tenho muitos verdadeiros amigos nacionalistas, cuja amizade muito prezo e respeito, que sofrem de um estranho síndrome. Sendo atestadamente nacionalistas perdem tal atributo quando cruzam a fronteira e é vê-los ufanosamente embarcando em cançonetas imperialistas, esmagadoras de pátrias (identitárias) e de anseios nacionalistas. É um fenómenos que me intriga há anos. Estruturalmente nacionalista, aprecio-os a todos sem excepção, onde se justificam, como é o caso da vizinha Espanha, construção imperial e sangrenta (que o digam os catalães invejosos do nosso sucesso no século XVII) que data do século XVI. Eu a todos admiro dos galegos à nação sioux, todos me fazem sentido e creio que já não mudarei... Esta minha "limitação", creiam-me, muitas vezes me impediu de acamaradar com tantos deles quando alegremente partiam de cara ao sol para paragens mesetinas. Mas que raio tem aquilo a ver com o nacionalismo? Tantas vezes pensei, quase sempre sózinho...
Um recente livro, vertido em boa hora para a língua de Camões pela Oficina do Livro, sugestivamente titulado «A Grande Tentação» do historiador Manuel Rós Agudo, usando documentos que até à pouco estavam classificados demonstra que esse encantador de lusas catras ao sol sempre pretendeu invadir Portugal (exercício estratégico que fora, aliás, a sua tese para admissão ao generalato). Esse "amigo" que tanto devia a Portugal pelo apoio que lhe prestara no conflito de 1936/39 e que neste último ano firmara um Pacto de Amizade e Não-Agressão, por plano de Dezembro de 1940, pensava de facto, à semelhança das outras nações hispânicas que já subjugara, aumentar a sua colecção de troféus com Portugal... Ironia da história, foi Hitler que nos salvou.
Por estas e outras é que, com os espanhóis, sempre com um pé atrás como o Senhor dos Passos...

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10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Partilho por inteiro da sua desconfiança e da sua perplexidade face "aos do lado de cá". Dá ideia que o empolgamento ideológico pelo resultado da guerra civil os obnubila face à verdadeira natureza do imperialismo castelhano e sobre o risco permanente que ele sempre constituiu para a soberania portuguesa.

quinta-feira, 05 novembro, 2009  
Blogger Nuno Castelo-Branco said...

Ufa..., pelo menos não sou só eu a passar por histérico. Em Espanha, só encontro uma pessoa de confiança no Estado: a rainha* que para mais, é de longe intelectualmente superior ao marido, à catrefada de ministros da plutocracia e sem dúvida, estratofericamente mais digna que Aznares, Zapateros e outros escroques que por lá medram. Tenho imensas saudades dos tempos em que os couraçados da Royal Navy estacionavam em Lisboa.


*grega.

quinta-feira, 05 novembro, 2009  
Blogger Flávio Gonçalves said...

Bom, veremos amanhã qual a recepção que recebo dos ouvintes espanhóis que me vão ouvir falar da Galiza lusófona e... apresentar o mais recente cd do José Campos e Sousa, em Madrid, behind the enemy lines.

quinta-feira, 05 novembro, 2009  
Blogger Camilo said...

Em cheio!!!
Já me tinham "segredado" qualquer coisa assim. Procurava o livro e não o encontrava.
Cheguei a pensar que só havia edição espanhola.
Ah!... sobre o rei de Espanha...
Pois, está tão pouco esclarecido aquele acidente de Cascais.
Dos tempos do "exilio".
Esse mesmo.
Pois...

Amigo Humberto, um grande abraço.

sexta-feira, 06 novembro, 2009  
Blogger Nuno Castelo-Branco said...

Ao Camilo

Quanto ao acidente em Cascais, correm muitas lendas, mas a verdade é bem simples: João Carlos era o mais velho, coisa que afasta completamente a velha intriga do "vizir que queria ser califa em vez do califa". Os acidentes acontecem, infelizmente.
Uma coisa será pretendermos - com razão - manter a nossa independência, mas outra, bem diferente,será desejar a destruição da Espanha. É um erro que pagaremos bem caro se nele colaborarmos. Ou estarão os senhores a favor dos seguidores da 2ª república espanhola, que foi potencialmente mais perigosa para Portugal que todos os falangistas, serrano-suñeristas, maluquinhos neo-isabelinos, etc?

sexta-feira, 06 novembro, 2009  
Blogger |Å| said...

E Sieg Heil!!!

sexta-feira, 06 novembro, 2009  
Blogger cristina ribeiro said...

Amigos, amigos, mas venha daí o iberismo, dizia ele...

sexta-feira, 06 novembro, 2009  
Blogger Camilo said...

Caro Nuno,
Não quero nenhum mal a Espanha.
Deus me livre!
Sou -lá isso sou- contra a prepotência; a força; as botas... esmagadoras.
E... de vez em quando, lembro-me de Olivença.
E assisto à "pressão" que os hermanos fazem sobre Gibralter.
E... fico cá com um raiva.

sexta-feira, 06 novembro, 2009  
Blogger Portugal SSempre said...

Sinceramente duvido que Franco permiti-se tal coisa, dada a amizade entre ele e Salazar e dado que milhares de portugueses - Viriatos combateram contra os republicanos na Guerra Civil Espanhola. Franco, Salazar, Mussolini e Hitler eram aliados politico-ideologicos.

mas se tal acontecesse;
Lá teriamos que soltar da memória Aljubarrota!

Saudações nacionalistas e parabéns pelo blog

segunda-feira, 09 novembro, 2009  
Blogger Francisco Pereira said...

Não admira nada, visto a traição que ele fez á ideologia da Falange original. Pelo menos, José antónio sempre respeitou Portugal enquanto nação...
Cumprimentos

sexta-feira, 20 novembro, 2009  

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