08 abril 2010

O "JUSTICEIRO" NA JUSTIÇA

O juíz Baltasar Garzón, que se vem armando em verdadeiro "Lone Ranger" dos nossos dias depois de andar a chatear meio-mundo, com especial incidência na América do Sul (o seu maior mediatismo adveio, como se recordam, do facto de ter logrado encurralar o Generalíssimo Augusto Pinochet), vai agora ser julgado por prevaricação devido a ter organizado uma investigação sobre os desaparecidos na guerra civil (apenas republicanos, claro está...) e do subsequente franquismo. Acontece que tal fúria justiceira viola a lei de amnistia geral de 1977 e tal constituiu motivo de queixa por parte de organizações nacionalistas (Sindicato Manos Limpias, Falange Espanhola das JONS e a Associação "Liberdad y Identidad").
tais queixas foram apreciadas pelo jíz do Supremo Tribunal espanhol, Luciano Varela, que lhes deu provimento implicando tal decisão, espera-se que a curto prazo, a suspensão do "Lone Ranger" da Audiência Nacional, instância que centraliza os processos de terrorismo, crimes contra a humanidade e crime organizado.
A decisão, de 17 de Outubro de 2008 - dez anos depois de pedir a detenção, em Londres, de Augusto Pinochet - de abrir a primeira instrução sobre "crimes contra a humanidade" do franquismo, acabou por se voltar contra ele. A decisão do magistrado do Supremo Tribunal Supremo, de julgá-lo por ter tentado inquirir sobre esses crimes, sem ter competência para tal, poderá representar o começo do fim da carreira deste pioneiro e ardente defensor da "justiça universal".
É o que se espera nesta humilde tribuna para a qual a figura deste "dandy" arrivista e em busca do estrelato é manifestamente repugnante.

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1 Comments:

Blogger P.E. said...

Mais uma peça na engrenagem do branqueamento histórico que tão bem conhecemos...
Talvez um dia os paladinos democratas criem uma lei que criminalize a negação dos números de comunistas/anarquistas 'saneados' pelos fascistas franquistas!
Já bem diferente é a leitura de factos históricos entre 1936/39 relativos a igrejas incendiadas, padres e freiras executados,julgamentos sumarios com pena de morte por factos de suma ilegalidade (não ser marxista)...enfim, exemplos não faltam, mas para estes não existe 'verdade' histórica, apenas 'efeitos colaterais da guerra civil.
Auguro um futuro brilhate para este Juiz, sobretudo quando a União Europeia se tornar de facto num Estado Federal...
e eu que há bem pouco tempo li um livro (decerto fascista) que falava em 45 mil mortos comunistas e 85 mil mortos entre os Nacionalistas...Vergüenza!!!

quinta-feira, 08 abril, 2010  

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