15 junho 2010

AO M.N.A.A.

Alheio às polémicas que vêm marcando a sua direcção, o Museu Nacional de Arte Antiga apresenta-nos uma exposição - de 12 de Junho a 12 de Setembro - que, sem mesmo a ter ainda visitado, me parece notável, embora com alguma reserva quanto ao título (modernaço, como convém...) A Invenção da Glória. D. Afonso V e as Tapeçarias de Pastrana, como se a glória africana do Rei D. Afonso V carecesse de ser "inventada".
É a primeira vez, que as quatro Tapeçarias encomendadas por D. Afonso V em Tournai (na Flandres), quatro enormes panos de armar com quatro metros de altura e 10 de largura, são expostas entre nós. Foi este o modo pelo qual, D. Afonso V entendeu legar para a posteridade uma imagem dos seus sucessos de 1471 em Arzila e Tânger.
Não se sabe com pormenor como é que os quatro panos saíram do país. Produzidas nas oficinas flamengas no último quartel do século XV, terão chegado provavelmente apenas no reinado de D. João II, e em 1532, poucas décadas depois de terem sido feitas, aparecem em Espanha, no inventário dos bens dos duques do Infantado". Por estes foram cedidas posteriormente à Colegiada de Pastrana (de onde lhes advem o nome), onde permaneceram desde então. Notáveis peças, esquecidas pelo mundo até que, no início do século XX, os historiadores José de Figueiredo e Reynaldo dos Santos as "encontraram" em Pastrana.
Pormenor, relativamente desconhecido, mas importante o de Salazar ter tentado a sua devolução a Portugal o que não foi conseguido logrando-se apenas a realização das cópias que se encontram no Paço Ducal de Guimarães.

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