14 junho 2010

A IMPLOSÃO?

O resultado das eleições de ontem são bem o espelho da realidade belga. A norte, na Flandres, área mais desenvolvida do país, a direita independentista do N-VA foi maioritária, no sul francófono, mais pobre, a esquerda socialista venceu. Poder-se-ia dizer que é a habitual pobreza socialista…

Os resultados, até agora absolutamente inconclusivos quanto à decisão sobre a formação de governo, deixam adivinha uma longa luta pelo poder nas próximas semanas, senão meses (sete…) como aconteceu nas últimas eleições de 2007. Constitucionalmente o primeiro-ministro que for designado pelo rei para formar um governo, terá que incluir partidos de ambas as comunidades, flamenga e valã.

Os resultados finais confirmam o Partido da Nova Aliança flamenga (N-VA) com 28,3% dos votos, como maior partido do país um partido independentista que garantiu 27 dos 150 assentos parlamentares.

Não obstante alguns resultados relevantes do “Vlams Belang” no passado (e indiscutivelmente da sua sólida sementeira ideológica que outros colheram...), esta é a primeira vez que um movimento nacionalista flamengo, que abertamente defende a independência da Flandres e a desintegração da Bélgica, bate os chamados partidos tradicionais. Ao todo, os partidos que (de modo mais aberto ou dissimulado) defendem a independência da Flandres conquistaram perto de 45 por cento do eleitorado flamengo o que sem dúvida não prenuncia nada de bom, conforme aqui tinha dito há uns tempos, ao frágil, ao cada vez mais frágil, reino de Alberto que, a partir de hoje, terá a árdua tarefa de iniciar uma ronda com os políticos com vista à formação do governo.
As assimetrias entre a área da Flandres e da Valónia são evidentes e tal levou o vencedor e líder da aliança flamenga, Bart De Wever, que classificou os resultados como extraordinários, a apelar aos francófonos para fazerem um país que funcione. De Wever exortou a uma efectiva mudança na Bélgica embora tenha declarado que “não pretende declarar a independência da Flandres da noite para o dia, mas não deixando de crer numa evolução gradual”, ou seja, ainda que a independência Flandres não seja a sua reivindicação imediata é evidente que deseja o fim da Bélgica a termo.

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2 Comments:

Blogger pvnam said...

---> Implosão do quê?
---> Perde-se o quê?... Por acaso a Bélgica é uma IDENTIDADE VIÁVEL?!?!?!
---> Na Bélgica, e não só, reina uma bandalheira inqualificável: critica-se a repressão dos Direitos das mulheres... e em simultâneo... defende-se que se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados povos [sendo que essa 'boa produção' foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres]... para baixar os custos de renovação demográfica!...
{Nota: Renovação Demográfica significa alcançar uma taxa de natalidade de 2.1 filhos por mulher... e isso implica custos de renovação demográfica...}

segunda-feira, 14 junho, 2010  
Blogger Flávio Gonçalves said...

Oh... o Front National belga não consta... julguei que elegiam sempre um deputado ou dois...

segunda-feira, 14 junho, 2010  

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