FORÇAS ARMADAS, MARINHA, SUBMARINOS E DISPARATES
Estive no passado Sábado na Base Naval de Lisboa (BNL) que, devido à sua instalação na antiga Quinta Real do Alfeite, é frequentemente referida como "Base Naval do Alfeite". Trata-se, como sabem os mais versados em assuntos militares da única grande base operacional da Marinha Portuguesa, estando ali fundeada a maioria dos navios da sua Esquadra.
Embora com muita honra e orgulho tenha cumprido o Serviço Militar Obrigatório (que um cretino ministro do PSD – já então os havia, não é só agora - liquidou em Novembro de 2004) sou, como tantos por aí gostam de dizer “apenas um civil”.
Todavia, a minha actual condição de civil não me conduziu a qualquer processo de cretinização negador do papel fundamental das Forças Armadas. Não há país digno desse nome sem elas. E bastaria começar por aqui…

Como “apenas um civil” não pude deixar de, para além de umas emblemáticas embarcações ali atracadas, ficar profundamente triste com o desolador panorama da nossa Esquadra. Mas de um país que convive mal com as suas Forças Armadas, que prefere encerrar empresas de construção naval (comprometendo mais esta importante mais-valia do nosso país) a colocá-las a produzir embarcações para a sua armada (e se não há toda a tecnologia investisse-se nela que outros a viriam cá buscar…) e se acostumou a andar de mão estendida, pouco mais podemos esperar.
Salvo uma ou duas fragatas novas, um bom navio oceanográfico (com a nossa costa quantos deveríamos ter?) e dois submarinos novos, a maioria da nossa Esquadra está obsoleta, lamentavelmente). A propósito destas últimas embarcações e da atordoada de imbecilidades escritas (a maior das quais sobre a sua inutilidade) alguém nos perguntou se, crivados como estamos de dívidas que outros assumiram, preferiríamos comprar 16 novos submarinos ou pagar o buraco do BPN. Pois é o equivalente a 16 novos submarinos que andamos a pagar para alguns terem enriquecido… Se calhar muitos nunca tinham pensado nestes termos que podem ajudar...
Mas, volto a afirmar, de um país como o nosso que deixou de olhar o mar e lhe volta as costas que podemos esperar?
Etiquetas: Forças Armadas, Marinha, Submarino
2 Comments:
Caro Humberto Oliveira,
As minhas felicitações, por este seu excelente artigo.
A nossa Armada, a nível de capacidade combatente, está mesmo reduzida só a dois submarinos da Classe Tridente, as três fragatas da Classe Vasco da Gama, e às duas fragatas da Classe Bartolomeu Dias. Sendo, que todas as fragatas já são vasos de guerra, com mais de duas décadas de árduos serviços, e que estão a precisar de um grande programa de modernização, de forma a continuarem a terem razoáveis níveis de "operacionalidade".
Os sucessivos governos dos partidos do “centrão”, tudo fizeram para destruir a indústria da construção naval em Portugal.
Se não fosse isso, hoje podíamos estar a construir nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, os Navios de Patrulha Oceânica(NPO) e as Lanchas de Fiscalização Costeira(LFC), navios que são essenciais para modernização da nossa esquadra, e muito importantes para as missões de patrulhamento e fiscalização da nossa imensa Z.E.E marítima.
Com os actuais (Des)governantes, a continuar a sua missão de continuar a entregar o nosso mar e o nosso futuro, nas “mãos” de Estados estrangeiros e de organizações internacionais como o FMI e BCE.
O futuro apresenta-se bastante negro para a Armada e até para Portugal.
Um abraço,
Joaquim Santos
(Blogue Defesa Nacional)
Caro Joaquim Santos,
Grato pelas suas palavras e pela partilha dos seus sempre conhecedores esclarecimentos que podemos seguir com agrado no "Defesa Nacional".
Uma vez mais obrigado e um abraço
HNO
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