10 março 2015

À TERÇA!


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2 Comments:

Blogger Paulo Lisboa said...

Na altura em que se deu o 11 de Março de 1975 era eu uma criança que andava na infantil, por isso lembro-me vagamente do episódio «in loco». Recordo-me que estava num infantário nos Olivais e depois do almoço os responsáveis do mesmo obrigaram-me a mim e às restantes crianças a ir para o interior do ginásio. Só se fazia isso em dias de chuva, mas num dia de sol? Depois lá disseram que era para a nossa segurança, já que podia haver uma guerra nas proximidades.

O infantário alertou os pais e a minha mãe meteu-se no carro (um mini) e foi buscar-me a meio da tarde. Contou-me que chegou aos Ralis (Regimento de Artilharia de Lisboa), foi barrada por uma coluna de soldados, que lhe disseram que não podia passar, ficando por isso aflita por temer não poder ir buscar-me. Teve por isso que recuar, dar meia volta e por outro caminho qualquer lá conseguiu ir buscar-me ao infantário. Lembro-me no caminho para casa de ver jactos da Força Aérea no céu que faziam imenso barulho, mas não fazia ideia do que poderia ser.

Mais tarde (no próprio dia) soube que se tinha tratado de um golpe de estado falhado e anos depois é que me inteirei das reais consequências dessa data.
Se o Carlos ao dizer: «Depois, os cravos começaram a murchar» se se refere ao que se passou imediatamente a seguir, concordo consigo. Foi nesse dia que quase tudo o que existia em Portugal foi nacionalizado, o país daí para a frente (nos anos seguintes) andou para trás a todos os níveis e demorou ainda mais anos a recuperar das asneiras cometidas nesse dia e que ainda hoje tem algumas repercussões.

Por tudo, isso considero o 11 de Março de 1975, uma data completamente infame que só me causa repulsa e tristeza.

quinta-feira, 12 março, 2015  
Blogger Paulo Lisboa said...

Magistral o seu artigo! Concordo sobretudo com os dois últimos parágrafos.

quinta-feira, 19 março, 2015  

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